DICAS DE LEITURA
“Para gostar de ler” é o título de uma coleção de livros lançada no início da década de 1980 e que se compunha basicamente de crônicas escritas por alguns dos mais expressivos e ilustres escritores brasileiros. Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Carlos Drummond de Andrade assinavam histórias deliciosas que ilustravam para os jovens leitores de então (entre os quais eu estava incluído) o cotidiano dos brasileiros de forma cômica, trágica, irônica, patética, melancólica,...
Mais do que uma recordação de leitura agradável, o título desse artigo tem o interesse de despertar a atenção de educadores, pais e estudantes para uma grave e importante situação vivida nas escolas brasileiras há um bom tempo, ou seja, o desinteresse pela leitura.
Ler no contexto escolar virou sinônimo de tarefa, de remédio amargo (daqueles que temos que engolir para realmente melhorar de uma enfermidade) ou ainda, por incrível que pareça, de castigo. E o que podemos e devemos fazer em relação a isso? Apenas lamentar e continuar tocando o barco sem que nos responsabilizemos por um imprescindível resgate? Ou devemos nos ater a questão e pensar em algumas possibilidades de trabalho que valorizem essa ação tão básica para a educação quanto à água é para a sobrevivência dos seres humanos?
É isso mesmo, precisamos tanto da leitura quanto da água se queremos viver intensamente. É praticamente impossível imaginar que alguém seja capaz de desenvolver plenamente suas habilidades e competências se não tiver o agradável hábito da leitura. Ao lermos livros criamos um rico intercâmbio com autores e pesquisadores, com literatos e cientistas; somos capazes de entender a fotossíntese ou ainda de dar a volta ao mundo em oitenta dias (em pleno século XIX!); compreendemos melhor as semelhanças e diferenças entre os homens e aprendemos a nos relacionar melhor com a diversidade; entendemos um pouco de mecânica e também de filosofia...
(João Luís Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação; Doutorando pela PUC-SP no programa Educação:Currículo; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie(SP); Professor universitário e Pesquisador. Site: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=394)
Livro: Para Gostar de Ler (Volume 8 – Contos)
A velha contrabandista (Stanislaw Ponte Preta)
Todo dia uma velhinha passava, de lambreta, pela fronteira do Brasil e tinha um fiscal que acreditava que essa velhinha levava coisas contrabandeadas em um saco de areia. Na verdade, a única coisa contrabandeada que ela levava era lambreta.
Paula Lopes da Silva – 9º ano A
Livro: Para Gostar de Ler (Volume 7 - Crônicas)
Confuso (Luis Fernando Veríssimo)
Ao acordar, um consumidor percebe que todos os seus eletrodomésticos estão funcionando de uma forma muito estranha: o chuveiro, por exemplo, tornou-se telefone e o despertador funciona como uma torradeira. O consumidor liga, então, para um amigo, e o amigo diz que na casa dele também está acontecendo isso. Fugindo de um secador que virou uma arma, o consumidor e sua esposa entram no carro, mas ao pisar no acelerador, um Boing cai sobre a casa deles.
Vitor Luiz Curti Marques – 9º ano B
Livro: Para Gostar de Ler (Volume 22 – Histórias de amor)
A moça tecelã (Marina Colasanti)
A moça tem o dom de tecer, e tudo o que ela tece ganha vida. Como é muito sozinha, resolve tecer um marido. Mas, seu companheiro, depois de descobrir o dom da esposa, não pára mais de pedir que ela teça riquezas. Um dia, percebendo que era melhor estar sozinha que casada com um homem como ele, resolve desmanchá-lo. A moça, então, volta à sua vida normal e solitária, só que agora bem mais feliz.
Letícia Lisboa Forne – 9º ano C
Livro: Para Gostar de Ler (Volume 11 - Contos Universais)
O retrato oval (Edgar Allan Poe)
O narrador está ferido e, por isso, entra no castelo que seu empregado teve que arrombar. Lá, enquanto não dorme, começa a ler um livro que está na escrivaninha e vê que trata-se de um livro de críticas sobre as obras de arte presentes naquele quarto. No momento em que vai arrumar um candelabro, vê um quadro – um retrato oval de uma linda moça – e fica maravilhado. Recorre ao livro para saber mais sobre tal quadro e descobre a seguinte história: a moça era a esposa um pintor que, apaixonado por artes, deseja retratá-la. Para não desapontar seu amado, a moça fica meses sem se mexer até o quadro fique pronto. Maravilhado, o marido acha que o quadro é vida, mas quando olha para sua esposa, vê que ela está morta.
Manoela Caroline Navas – 9º ano D