31/05 – Dia Mundial sem Tabaco

maio/2007 

      Grande parte dos fumantes inicia o vício ainda na adolescência e mantém o hábito na vida adulta. Abandonar o vício exige abstinência e grande força de vontade, pois o tabagismo tem dois componentes básicos: o psíquico, que é o costume mecânico de acender o cigarro e levá-lo à boca, e a dependência física à nicotina.Os efeitos maléficos dessa dependência é explicado no Colégio, durante as aulas, quer através dos conteúdos específicos nas aulas de Ciências ou através de discussões e interpretação de textos sobre o assunto, nas outras disciplinas.

     No dia 31/05, em parceria com a UNIRP, foi realizada a Campanha de Combate ao Tabaco, com orientações nas salas de aula e distribuição de folheto informativo sobre o assunto, valorizando os recursos para a garantia de um organismo saudável.

Mara Cristina B. da S.Freitas
mfreitas@csj.g12.br

Quando o assunto é cigarro, é preciso ser radical e dizer não 

"Tenho 13 anos e quero comprar meu primeiro maço de cigar­ros. Já peguei algumas vezes cigarro dos meus amigos e achei le­gal. Na escola, fumo escondido. Meus pais também não me deixam fumar mas os dois são fumantes há um tempão. Por que essa falsidade em relação ao cigarro?"

Se você acompanha esta coluna, já percebeu que, em geral, te­mos respostas bastante ponderadas para nossos leitores. Incentiva­mos sempre a autonomia de cada um, desde que administrada com responsabilidade, e evitamos o tradicional "faça isso ou não faça aquilo". Mas, desta vez, vamos ser categóricos: caia fora des­sa e não compre seu primeiro maço de cigarros.

Por quê? O cigarro é composto por uma droga (nicotina) que tem o poder de tornar as pessoas dependentes com muita facilida­de. Além dela, o cigarro tem centenas de compostos químicos que, com o passar dos anos, vão atacando seu corpo. Só para citar al­gumas das conseqüências do hábito de fumar: enfisema pulmonar, câncer de pulmão e de bexiga, alteração dos vasos sangüí­neos, infartos, derrames e impotência sexual.

As pesquisas mostram que, quanto mais nova a pessoa é quando começa a fumar, mais chances ela tem de se tornar dependente. A nicotina faz com que o corpo sinta falta do cigarro. Quando passa uma ou duas horas sem dar uma tragada, a pessoa começa a pas­sar mal: sua, sente dor de cabeça, ansiedade, nervosismo, dificul­dade de concentração etc. Esses são sinais de abstinência. É como se o seu corpo desse sinais de que precisa de mais nicotina. Daí a vontade incontrolável de acender mais um.

A moçada começa a fumar porque acha que pega bem. O garo­to que fuma acha que parece mais maduro. Pode até se sentir mais controlado e mais seguro (efeito da nicotina). Na verdade, ele está fazendo uma grande bobagem. Está entrando em uma história que, para ser superada, pode levar, em média, uma década - tempo suficiente para produzir belos estragos em sua saúde.

E seus pais são falsos? Provavelmente não! Eles querem evitar que você entre em uma situação de que vai ser difícil sair. Por experiência própria, eles já devem ter sentido o quanto é duro largar o cigarro. O que complica é que eles, fumantes, tentam im­por a você uma proibição ao cigarro. Filhos de pais que fumam têm maior probabilidade de se tornarem dependentes de cigarro. Que tal inverter o jogo e pedir que eles também deixem o cigarro? Hoje, novos métodos (remédios que controlam a vontade de fu­mar), terapia de apoio e reposição de nicotina são alternativas para facilitar a vida do fumante que quer largar o cigarro. Sugira a eles que procurem um médico.

Só para terminar: em raras ocasiões a gente diz aqui o que a pessoa deve ou não fazer. Se a gente disse isso hoje para você, é por convicção absoluta de que você não precisa comprar seu pri­meiro maço de cigarros para se sentir mais legal. Muito pelo con­trário, esse é um passo para anos de muita dor de cabeça. É isso!

Jairo Bouec In: Folha de S.Paulo. Caderno Folhateen, 7 mar. 2003

 

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