UM SANTO ENTRE NÓS

Padre Mariano de la Mata

“Se os valores têm por fonte o amor, os santos também o têm com força principal. Ele os guia e os impulsiona para a meta, que é Deus. Os santos são como “prolongamento” de Cristo e agem a partir do amor e por amor. São a melhor representação do amor de Deus aos homens". (Paulino Sahelices González, OSA, Cadernos de Espiritualidade Agostiniana, FABRA)

    Um Santo entre nós

    O processo de Beatificação

    A reflexão sobre a santidade na comunidade

    A Beatificação

    Comissão Organizadora de São José do Rio Preto

 

Algo que parece tão distante e tão difícil de acontecer pode estar mais perto do que imaginamos. Como conceber que uma pessoa tão simples, que foi um padre, um professor, um jardineiro, possa um dia galgar o caminho da santidade? Nossa escola viveu nestes últimos tempos essa experiência.

Desde 26 de abril de 1996, após um trágico acidente com um dos alunos da então pré-escola do Colégio São José, as vidas de muitas pessoas se transformaram.

O menino, João Paulo Polotto, após escapar das mãos da mãe, que acompanhava um grupo de alunos em uma excursão a Barra Bonita, foi atropelado por um caminhão. Com fratura craniana e já quase sem vida, João Paulo foi atendido por médicos da cidade e depois encaminhado a Jaú. Todos afirmavam que a uma recuperação sem seqüelas seria impossível.

Ao saber do acidente, Padre Luis Miguel, diretor do Colégio na época, invocou a intercessão do Padre Mariano de la Matta, pois sabia de sua dedicação às crianças e aos doentes. Todo o Colégio se colocou em oração e, milagrosamente, após alguns dias, João Paulo estava completamente curado, sem seqüelas.

Independentemente do milagre, atribuído ao Padre Mariano, outro fator que o levou à Beatificação, foi sua vida. Padre Mariano buscou a santidade nas pequenas coisas, no seu trabalho pastoral, na vida em comunidade. Atendeu com paciência as crianças em busca de balas, levou conforto aos mendigos e aos doentes, ministrou suas aulas de Ciências e Desenho, cuidou de suas plantinhas, apresentou o seu programa de rádio.

Pe. Mariano

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Por isso, foi instaurado um processo de Beatificação pelo Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns em 31 de maio de 1997.

Em 02 de agosto de 1999, o bispo da diocese de São José do Rio Preto, Dom Orani João Tempesta instalou um Tribunal Eclesiástico para ouvir padres, familiares de João Paulo e médicos, a pedido do Vaticano.

Em 28 de abril de 2006, ocorreu o reconhecimento oficial pelo Santo Padre Bento XVI do milagre apresentado para a Beatificação do Padre Mariano e em 05 de novembro de 2006 a realização da cerimônia de sua Beatificação.

Depois de tudo o que ocorreu, João Paulo logo volta às suas atividades normais, continuando seus estudos no Colégio até a 8ª série do Ensino Fundamental. Fez a sua Primeira Eucaristia também na nossa escola. Sempre se mostrou um menino normal, bastante participativo e hoje está prestes a cursar a 3ª série do Ensino Médio e é como qualquer jovem da sua idade. A mãe, que é médica e também de uma família de médicos, não cansa de afirmar que todos fomos instrumentos nas mãos de Deus e que nunca deixa de agradecer a Ele por tudo que ocorreu na vida de sua família.

Após o reconhecimento oficial pelo Papa, algo muito estranho passou a ocorrer, pois fazíamos parte de uma história de que era não mais só nossa, e que ia muito além de nossas simples ações.

 

Como então tratar questões tão vinculados a fé da Igreja Católica no âmbito escolar heterogêneo?

Com os alunos desenvolvemos algumas aulas dentro da disciplina de Ensino Religioso, sempre respeitando as diferenças religiosas. Com a participação do Padre José Luis Arias Álvarez, buscamos a compreensão, à luz da palavra de Deus e de documentos da Igreja, para superar o senso comum e perceber o verdadeiro sentido da santidade, e também entender que todos somos chamados a essa busca, praticando as virtudes cristãs, até a união plena com Deus.

Com a comunidade educativa do Colégio realizamos um encontro para um aprofundamento do tema.

E, finalmente, atendendo a um convite da comunidade do Santuário Nossa Senhora de Fátima, o grupo da Pastoral Educativa pôde refletir sobre o assunto em uma reunião de pós-encontro da ECC (Encontro de Casais com Cristo).

Palestra no Santuário Nossa Senhora de Fátima - São José do Rio Preto

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Todo esse trabalho, com a comunidade e com os alunos, foi importante, pois a mídia - televisão e jornais - já estava abordando o assunto.

 

Desde o início, Cecília Demian, jornalista do Jornal Diário da Região, deu uma especial atenção ao caso, e que segundo ela própria, foi uma graça de Deus que caiu em suas mãos. Muitas matérias, assinadas por ela, veicularam todo o processo, desde o início até a cerimônia de beatificação na Catedral Metropolitana de São Paulo, na Praça da Sé, ocorrida no dia 05 de novembro de 2006.

A Beatificação contou com aproximadamente 4 mil pessoas,  e foi presidida pelo Legado Pontifício e Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano, cardeal José Saraiva Martins. Estavam presentes o núncio apostólico do Brasil, dom Lorenzo Baldissera, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, o prior-geral agostiniano Robert Prevost, 11 bispos, 90 padres, entre eles os agostinianos de São José do Rio Preto, cerca de 40 parentes espanhóis do Pe. Mariano, a família Polotto, ex-alunos, associadas das Oficinas de Santa Rita, seminaristas, freiras, religiosos, admiradores do novo beato, outras comitivas de Rio Preto, de Engenheiro Shimitt, Taquaritinga, Ponta Grossa, Curitiba além de integrantes da Fraternidade Leiga Agostiniana e membros da comunidade educativa do Colégio (Pais, professores, funcionários e alunos e ex-alunos).

Cerimônia de Beatificação - Catedral da Sé - São Paulo

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(Imagens gentilmente cedidas pelo fotógrafo Toninho Cury)

(Arquivo do Colégio Agostiniano São José - S. J. do Rio Preto)

 

Já no dia seguinte foi realizada na Igreja de Santo Agostinho, em São Paulo, a primeira missa em homenagem ao Pe. Mariano, com a bênção do novo túmulo, na qual repousam os restos mortais do novo beato, dentro de um “corpo” vestido com hábito da Ordem e paramentos litúrgicos.

Igreja de Santo Agostinho - São Paulo

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(Imagens gentilmente cedidas pelo fotógrafo Toninho Cury)

Na região de São José do Rio Preto, o Bispo Diocesano, Dom Paulo Mendes Peixoto presidiu duas missas em ação de graças pela Beatificação. A primeira foi realizada no dia 10 de novembro, na Sé Catedral, e a segunda em Schmitt, onde será erguido um altar para que os fiéis possam venerar e seguir o exemplo da vida do Pe. Mariano.

 

Para organizar as comemorações foi criada uma comissão que se reuniu pela primeira vez em 31 de agosto, com a participação do Padre Agustín Alcalde de Arriba (OSA), delegado da Comissão Padre Mariano em São José do Rio Preto; Padre Oscar Donizete Clemente, pároco da Igreja Santa Apolônia de Engenheiro Schmitt; Frei Rodrigo de Almeida (OSA), religioso agostiniano e estudante de Teologia na Espanha; Cecília Demian, jornalista do jornal Diário da Região e membro da Pascom (Pastoral da Comunicação) da Diocese de São José do Rio Preto; Márcia D’Árc Lima, coordenadora da Pascom (Pastoral da Comunicação) da Diocese de São José do Rio Preto; Hernani Morato Ferraz, coordenador de Marketing do Colégio Agostiniano São José e Luiz Fernando Marchesin, coordenador da Pastoral Educativa do Colégio Agostiniano São José.

Comissão Organizadora de São José do Rio Preto

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Entrevista coletiva - Colégio Agostiniano São José - São José do Rio Preto

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Para nós da comunidade Agostiniana de São José do Rio Preto, a beatificação do Pe. Mariano tem um significado especial. Como cristãos, como agostinianos, como membros do mesmo Colégio em que ele foi professor e diretor, ela é sinal de que a santidade é possível hoje e que também nós, que queremos seguir Jesus, podemos ser felizes, podemos ser santos.